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Vitalogy é o álbum mais diferenciado da banda, e o mais próximo que Pearl Jam chegou até hoje da genialidade.
Um pouco mais obscuro, ainda abusando do peso, dos vocais dramáticos, das guitarras “grungescas”, das letras de protesto, e de todos os cacoetes típicos do Pearl Jam. Apesar de ser um tanto sinistro, teve o retorno esperado por parte dos fãs e foi elogiado pela imprensa. Em outras palavras, Vitalogy tinha “hits”, mas não serviu para conter o suspense em torno do quarto álbum, que tornou-se evidente, e quais seriam os rumos que a banda iria tomar.
Graças à sua produção “nua”, Vitalogy demarca-se como o álbum mais original e sem compromissos dos Pearl Jam. Mesmo não sendo um álbum de conceitos, Vitalogy soa como tal.
Injectando tensão nervosa para as canções mais rock como “Last Exit” e “Not for you”, e especialmente às baladas introspectivas “Corduroy”, “Better Man” e “Nothingman”. Estas últimas e, comparativamente ao que sucede com “Black” no álbum Ten (1991), são musicas tão especiais e com letras tão intensas que, mesmo alguém que não goste ou não conheça os Pearl Jam, não consegue ser-lhes indiferente – é como se relatassem intimamente situações da nossa própria vida.
No entanto, o que Vitalogy tem de bom também tem de mau. Entre as canções mais rock existem faixas com sons estranhos – a música com um toque de funk “Aye Davanita”, o som do acordeão quase que a fazer lembrar Tom Waits em “Bugs”, a música supersónica “Hey Foxymophandlemama, That’s Me” e a faixa “Satan’s Bed”, que quase defraudam o álbum por não se conseguir perceber o porquê da sua presença, ou até mesmo da sua existência. São como se tivessem sido feitas durante alguma crise de identidade dos Pearl Jam.
Como conclusão, a ideia a reter de Vitalogy é que os Pearl Jam encontram-se no seu melhor quando estão envolvidos em lutas, quer seja com a Ticketmaster ou com a fama.
Vitalogy
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